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A ideia inicial foi a de unir em um só edifício, usos diurnos e noturnos, por crianças, jovens e adultos de diferentes gostos e hábitos. E foi nas artes encontrado o meio de abranger toda a diversidade pretendida para o novo uso do terreno que antes abrigava a secretaria de infraestrutura de Arez e a ruína da antiga casa de bailes da cidade. Essa ideia evoluiu para a proposta do Jirau das Artes, uma escola de artes com oficinas de pintura, escultura, música, literatura, dança, teatro e cinema, onde à noite haveria um uso alternativo do “bar do fundo de quintal” tradicional no interior do estado.
Tem-se por Jirau, “qualquer estrato ou palanque de construção definitiva ou provisória”. E foi partindo da artesanalidade do Jirau, bem como seu teor tradicional de autoconstrução, que se tomou como sistema construtivo para a nova edificação a técnica de taipa de mão, conhecida também como pau a pique, bastante difundida na tradição vernácula nordestina. Também fez-se uso da palha para forro para condicionamento acústico de alguns ambientes, como a sala de música e cinema. O projeto, assim, reflete, a partir da estrutura do pau a pique, a cultura arquitetônica típica do local.
O espaço proposto, no entanto, busca o máximo de permeabilidade visual possível, de modo que em muitos momentos o pau a pique é utilizado sem a taipa, apenas com a estrutura que possibilitasse iluminação, ventilação e visuais nos espaços. São ainda utilizados diversos jardins, a fim de criar um mini bosque onde seria a galeria e uma massa de vegetação nos limites do terreno e entre os ambientes com finalidades de isolamento acústico.
A fachada da Rua Praça Getúlio Vargas foi pensada nos moldes do restauro histórico, trazendo de volta elementos identificados em registros fotográficos como as esquadrias e a platibanda da ruína, cujo apelo estético verticalizante contribuiu para a construção do conceito do Jirau das Artes.

Rua Praça Getúlio Vargas, 304, Arez
maio, 2015

Jirau das ARTES

2015.1

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